segunda-feira, 29 de julho de 2013

Às vezes a gente se cansa


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A gente se cansa de saber verdades, de ver que tudo é vaidade. A gente se cansa de tocar chavões, de cantar repetições, de andar no meio da multidão e perceber que é um estranho a tudo que se chama normalidade.
A gente se cansa de ser estranho, de pensar a fé, de andar com os próprios pés, de ver com os próprios olhos. A gente se cansa de não ser guiado por qualquer modinha… A gente se cansa de andar por este caminho, estreito, árduo, difícil, embora sejamos livres! Mas a liberdade também cansa. Ela cansa porque nos liberta da omissão – ser livre requer trabalho, mão no arado, requer produção, caso contrário, a inércia é prisão.
Cansa-me ver as igrejas inchando, o sincretismo se multiplicando, o reino se dividindo, as pessoas “glorificando”, dando brados de vitória e entendendo que estamos progredindo, mas não. Chegamos ao caos da banalização da fé. Por isso me cansa se opor a tudo isso.
Os que esperam no Senhor renovarão as suas forças, subirão com asas como águia; correrão e não se cansarão; caminharão e não se fatigarão” [Is 40.31].

segunda-feira, 8 de julho de 2013

Uma vida ou outra


pesosRelações sociais, relações de trabalho, a boa e velha peladinha de final de semana, festas familiares, encontros casuais. Afinal, sou eu ou “eus”?
Tenho me relacionado com tantas pessoas que, com frequência, vem a minha mente a tal pergunta: esse sou eu mesmo? Parece-me que o rosto é o mesmo, mas o olhar e as expressões mostram que por trás de tudo está alguém que eu ainda não conheço. O exercício de ser único e verdadeiro vai ter um fim?
Se tudo acabar sem um conhecimento profundo de “quem sou eu”, ficará uma pergunta e não terei encontrado sentido para esse presente chamado vida.
Jesus, em um dos encontros mais significativos em toda história, o Sermão do Monte, confronta seus discípulos com o eu interior de cada um deles. Teria isso algo a ver com entender o significado desse breve tempo caminhando em terras “estranhas”?
Sinto-me como um dos discípulos, só que sem uma multidão sentada atrás de mim, com seus milhares de pensamentos capazes de inundar o mundo com um som perturbador. Encontro-me sozinho, tendo que enfrentar esse rosto agora marcado pela caminhada, com esse sentimento de um aparente amadurecimento, mas que, por vezes, mostra o quanto ainda preciso equilibrar minhas emoções, sentimentos e reações diante dos embates da jornada.
Ah, discípulos, quanto ainda teremos que caminhar, nos retirar para momentos a sós para escutar a voz do Pai e, com humildade, reconhecer nossas fragilidades, cientes de que multidões de rostos desfigurados para si mesmos estão esperando o encontro, encontro com o real, encontro que revelará o “eu” que está pronto para florescer. Seja você. Viva a realidade de um breve momento de lucidez e traga lucidez ao mundo.

sexta-feira, 5 de julho de 2013

Para começar um namoro [cristão]


855968_love_foreverPensei em usar outro título para este texto. Algo como “Sete passos para começar um namoro cristão”, mas, na verdade, sete passos são poucos. Para começar um namoro cristão é necessária uma boa caminhada. Aqui, porém, vou deixar algumas dicas.
Primeiro você precisa de um candidato [a]. Sem um pretendente fica impossível começar um namoro. Essa pessoa deve ser alguém que você conhece.  Não adianta ser um cantor famoso, por exemplo. Caso você ainda não conheça seu futuro namorado [a], terá de esperar ou ler textos sobre “como começar uma amizade”…
Esse pretendente, além de ser alguém que você conhece e que te conheça também, não precisa ser exatamente igual a você, pelo menos não no jeito de ser. Caso você queira alguém exatamente igual a você, deve pensar em uma forma de conseguir namorar consigo mesmo.
Mas deve [obrigatoriamente] ser alguém que compartilhe os mesmos valores. Refiro-me a valores éticos e bíblicos. Também, deve ser alguém que possui a mesma fé. Não adianta falar que ele [a] “acredita” em Deus. Isso não é o suficiente. É preciso imaginar os frutos, não só admirar a beleza da árvore.
Ore a Deus a respeito da pessoa. Peça a Deus discernimento, sabedoria. Não peça para Deus responder se é “com ele ou com ela”, porque isso é você quem terá de decidir. Não queira fugir da responsabilidade da escolha, mas fique tranquilo e seja atento, pois Deus te dará alguns sinais.
Pra terminar, lembre-se do que Jesus disse ser necessário fazer antes de realizar um grande projeto em sua vida, como um namoro:
Pois qual de vós, querendo edificar uma torre, não se senta primeiro a calcular as despesas, para ver se tem com que a acabar? Para não acontecer que, depois de haver posto os alicerces, e não a podendo acabar, todos os que a virem comecem a zombar dele, dizendo: Este homem começou a edificar e não pode acabar” [Lc 14.28-30].
Para começar um namoro, faça a sua própria avaliação. Pense bem antes de dar o primeiro passo. Comece somente aquilo no qual você acredita. O fim de um namoro é o casamento.
Deus te abençoe!

quarta-feira, 3 de julho de 2013

Presentes são de graça


presente_gracaO evangelho é “complicado” porque propõe que poder, hierarquia e status não são maiores e nem mais importantes que pessoas. Ele coloca no mesmo patamar de responsabilidade, respeito e mutualidade, patrão e empregado, escravo e senhor [Fm 1.16]. Estabelece a aceitação daquele que era doente mental, mendigo, drogado, ladrão e que encontra a Graça [Mc 5.15].
O evangelho transforma “coisa” em pessoa, inútil em valioso [Fm 1.11], escravo em gente, mulher prostituta recebe a graça e é encorajada a continuar no caminho do amor [Jo 8.11].
O evangelho proporciona paz, saúde e restauração ao “perturbado da cidade”, um jovem com problemas psíquicos, endemoninhado, que vivia correndo nu pelas ruas sem ser contido [Mc 5].
A graça não oferece apenas o “retorno à sã consciência”, mas honra e dignidade às pessoas. E é aí que está o problema: como aceitar na sociedade alguém que fez tantos males? Alguém que cometeu tantos erros e mudou de vida do nada?
A confusão é estabelecida porque o medo e a desconfiança, baseados no passado, estão enraizados e são fortes demais para serem cortados somente superficialmente. O que se sabe [passado] é bem maior que o que se vê [presente] e o que se espera [futuro]. A grande preocupação é: quem vai pagar a conta, arcar com os prejuízos ou com a reputação ameaçada e enfraquecida?
Quer saber mesmo? A graça paga o preço! Melhor ainda, o preço já foi pago. Jesus quitou não apenas a dívida, como também fez uma ação tal como tirar os nomes sujos do SPC e Serasa, e publicar isso no Diário Oficial da União [Cl 2.13,14]! A reputação de Cristo foi posta em xeque e, no final das contas, ela não valia mais nada [Is 53.3-5].
Aceitar isso ainda é complexo, pois temos sempre o interesse em ser independentes, em não depender dos outros. Para aceitar o “inútil”, desgraçado, invisível, aquele que estava “à margem da santidade”, aquela que “andava nas trevas”, aquele que não tinha caráter ou vergonha é preciso, primeiro, aceitar a graça proporcionada por Cristo.
Você conhece alguém que “não vale nada” e que se mostra aparentemente imerecido de confiança? Eis a chance de evidência da graça [Rm 5.20], pois, aquele a quem se perdoa pouco, pouco ama [Lc 7.47]. E, se você recebeu isso de graça, não queira ganhar vantagens ou colocar cláusulas para repassar o presente. Não ouse cobrar por algo gratuito.

segunda-feira, 1 de julho de 2013

Ame como se fosse a primeira vez


19881199.jpg-r_640_600-b_1_D6D6D6-f_jpg-q_x-xxyxxO filme Como se fosse a primeira vez talvez seja um dos mais queridos pelos fãs de Adam Sandler . O filme conta a história de um jovem que, a cada verão, se relaciona com uma turista diferente, mas não firma compromisso com nenhuma delas. Até que um dia, tomando café da manhã, o protagonista verdadeiramente se encanta por uma moça, conversa com ela, se despede e no outro dia vai ao mesmo local para vê-la, mas ela não o reconhece.
Ele descobre que a moça sofreu um grave acidente e, desde então, possui memória debilitada. Toda vez que dorme, acorda e se esquece do dia anterior.  A mente daquela mulher não grava nada que seja novo. Dessa forma, ele não existe na vida dela e percebe que, para viver com ao seu lado, tem que conquistá-la todos os dias. É sobre isso que quero falar. Sobre o primeiro amor.
Quando conhecemos Jesus, logo somos fisgados pelo primeiro amor que nos envolve de uma maneira alucinante. Pode ter culto todos os dias que estaremos lá. Não faltamos a nenhuma escola dominical. Qualquer pessoa que der oportunidade em uma conversa vai ouvir de nós como Deus é poderoso e maravilho. Queremos que o mundo inteiro sinta esse amor que estamos sentindo.
Mas então vêm as lutas. Começamos ver que há falhas nas instituições que frequentamos. Vemos que muitos não estão nem aí para ouvir sobre o amor de Cristo e várias outras coisas que desestabilizam o primeiro amor de muitos. Então, surgem dentro das igrejas muitas pessoas frias que foram, com o tempo, perdendo a vontade e a força de tempos atrás.
Não devemos nos permitir ficar assim. Que possamos ser conquistados pelo amor de Jesus Cristo a cada novo amanhecer. Não vamos deixar os acidentes da caminhada nos esfriar, mas, ao contrário, que as dificuldades possam refinar o nosso amor como o fogo refina o ouro. Que a cada novo dia, possamos amar a Cristo como a primeira vez.